terça-feira, 3 de julho de 2007

Olhos

Mar branco. Não há necessidade de ondas.
Dou uma volta na sua periferia, que continuidade!
Sensação de infinito - não há diferença de texturas.
Banhava-me em toda brancura. Não havia preocupação; até que..

Topo em uma superfície dura. Que paradoxo em meio algo tão fluido!
Parece uma pedra. Vou averiguar. Mas será que devo? Está tudo tão maravilhoso aqui, pra que dar uma de Poirot?

Continuo a nadar, mas, ops! Bati na mesma superfície.
Deixe-me prestar atenção nela.

Hum.. parece que acompanha meu querido mar. E parece ser algo de principal.
É. Definitivamente não dá para permanecer incólume. Vou averiguar.

Isso não é uma pedra. Sei lá. tem várias cores. Nunca vi algo assim.
Quantas camadas, degradê. Isso é ainda mais maravilhoso que o mar branco.
E não preciso nadar. Só ficar olhando é bom.

Vou ficar olhando, olhando, olhando...

Ei! Mar, pára de ficar com ciúmes. Deixa a linda pedra quieta para eu poder melhor observá-la.
Mar! Você não tinha ondas! Era calmo e suave.
Para que se utilizar dessa película para descompassar tudo?
Não aumente a freqüência!
Páre! Páre!

A onda tomou mar, pedra, tudo.
Os olhos se fecharam.

3 comentários:

Monique disse...

Adorei .
Fecho os olhos e parece uma onda vira dia p/ mim .

Ou odia me afoda , ainda não sei ao certo .
Mas me encanto assim como me desencanto.
Belas Palavras.
E viva a arte !

Pedro Nurmi disse...

*____* LINDO

Obrigado por compartilhar isso! XD
É tão bom ter acesso a textos de qualidade...

Senti um simbolismo aí hein!! (folhinha do Cruz e Sousa surtiu algum efeito?)
Mas o surrealismo ganha... e me ganha.

Fabio Jardim disse...

é o preço que se paga ao mexer com aquilo que não faz parte do nosso habitual convívio. vem a onda e chacoalha tudo. só que, pior é quando não se mexe com o que nos aparece.