quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Coquetel apocalíptico, o sabor

Ventos e suas mais variadas graduações e tonalidades. O Sol escarlate às vistas, bolsa térmica ao frio e água. Sal, muito sal e estalagmites brancas formando barreiras para os mais variados tipos de peixes - os cegos. Olhos que não brilham mais nos escuro e olhos que não se fecham mais ao beijo. Ar sugado pela boca e exaurido em forma de som. O ar entrando pela boca diminui a sensação de pifialidade no nariz. Ventos novamente, variados e graduados com percentagens alteradas. 78 que se transformam em 67, 21 em 14, 1 em 19. Estalagmites salinas montanhais formando barreira para a navegação. Atlântico lotado de Atlântidas. Risadas não ouvidas: nova composição eólica. Enrusbecimento não percebido: rearranjo fisiológico. Happy feets nadadores. Marrom é o novo verde. Indiferença é o novo amor. Beijos perda de ar - nocivos. Rodopiadas mais rápidas.Pôr-do-sol? Graças a Deus. Entidade superior? Sim, vejo 4: os cavaleiros. Apocalipse. Gira, gira. Não vejo mais nada. Tudo deglutido.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A volta não dá voltas

Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar. Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar.
Ciranda, cirandinha, estamos todos a rodar. Vamos dar a volta, volta e volta pro lugar.
Ciranda, cirandinha. Vamos andar pro lugar, rodamos todos e saimos de lá.
Ciranda, cirandinha? Rodar pra que lugar? Saimos tudos e paramos de cirandar.
Ciranda, cadê a cirandinha? Rodo, rodo e cadê o meu lugar?
Aliás, cadê o referencial? Ciranda?
Cirandinha, sua meia volta, precisa de um volta para ser volta e meia.
Será que assim acho o lugar?

Façamos o seguinte, vamos todos atrás da Ciranda. Ela costuma dar voltas...
Em que lugar estará?
Cirandinha, cirandinha, parei de rodar; mais além, de cirandar.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Desastre interno-ambiental

Esse post na verdade é para justificar a ausência passada e uma futura.
A justificativa começa no ponto em que me declaro não-escritora.
Escrevo o que está na superfície dos meus pensamentos. Pesco as idéias superficiais; não me aventuro a submergir tão profundamente.

Acontece é que o mar está negro pra pescar no raso ou no fundo.
Além do mais, está agitado e demoníaco. Qualquer corda em vara que se apresente é partida. Qualquer inpiração que salte, é engolida por uma onda.

Meu mar interno anda às turras.
Fico com medo de meus peixes inspiracionais entrarem em extinção.

Peço desculpas, mas não aprendi ainda a lidar com esse desastre interno-ambiental. Minha vida anda exercendo um efeito estufa muito avassalador sobre este ambiente. Um fenômeno cujos efeitos são paulatinamente inversos: estou congelando internamente.
Uma vez os peixes, outra o próprio mar até eu virar puro gelo. E aí será o fim.