quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Coquetel apocalíptico, o sabor

Ventos e suas mais variadas graduações e tonalidades. O Sol escarlate às vistas, bolsa térmica ao frio e água. Sal, muito sal e estalagmites brancas formando barreiras para os mais variados tipos de peixes - os cegos. Olhos que não brilham mais nos escuro e olhos que não se fecham mais ao beijo. Ar sugado pela boca e exaurido em forma de som. O ar entrando pela boca diminui a sensação de pifialidade no nariz. Ventos novamente, variados e graduados com percentagens alteradas. 78 que se transformam em 67, 21 em 14, 1 em 19. Estalagmites salinas montanhais formando barreira para a navegação. Atlântico lotado de Atlântidas. Risadas não ouvidas: nova composição eólica. Enrusbecimento não percebido: rearranjo fisiológico. Happy feets nadadores. Marrom é o novo verde. Indiferença é o novo amor. Beijos perda de ar - nocivos. Rodopiadas mais rápidas.Pôr-do-sol? Graças a Deus. Entidade superior? Sim, vejo 4: os cavaleiros. Apocalipse. Gira, gira. Não vejo mais nada. Tudo deglutido.

5 comentários:

Clarice disse...

Fragmentos interessantes.

Ricardo Cardoso de Lima e Silva disse...

ótimo
tudo bem?

Monique disse...

Me surpreende a cada jogo de palavras em toque suave de ironia e pessimismo saudável .
Adoro isso e tão real .

Gostei do "Beijos perda de ar - nocivos."

Beijos querida .

Mimimi disse...

Jogo de palavras...
"...olhos que não se fecham mais ao beijo..."
Definitivamente eu quero ser igual a vc!
=****

Luize
www.toxicity.com.br/neo

Pedro Nurmi disse...

Isso é a descrição de uma corrosão interna, certo? O momento pré-ataque cardíaco defintivamente tem de ser assim...

afinal, não se pode pensar em ataque cardíaco, sem pensar em morte, vida, e duração entre os dois, e a brevidade da mão do tempo irrompendo sobre qualquer existência comum, bela e falha. Oscilante.

Oscilante como as pequenas brisas pontuadas por "." no texto.

Texto gelado, porém esperançoso. Como se o leitor entrasse em um cubo de gelo de 2m² e pudesse ver o nascer do sol lá longe... distante...

ou quem sabe o pôr-do-sol? Cuidado com a noite, ela extermina a razão.