domingo, 20 de maio de 2007

Explosão sentimental, não dadaísmo

Vou deixando os meus dedos me guiarem.
Nessa composição nada mais importa que o inesperado, o não planejado.
Pra que planejar, tentar visualizar uma bola tranparente, ou ler semestes, ser escritor, ou calculista?

Conto com o que não sei de antecipado, e talvez por isso não seja escritora.
Escrevo o que me vem à cabeça, o que cosqueia minha garganta e impulsiona meus dedos.
Parvos escritores, ou mais belos calculistas - arquitetam a forma, metrimitizam o espaço, e contam sentimentos de forma matemática.

Eu, no meu dois mais dois igual a cinco, levo a vida no espanto, guardadas as devidas surpresas.
Aprendi a duras penas que colocar os batimentos do coração em gráficos só diminuem o espaço. Que eles sejam infinitos!

Parnasianos?
Decassilabadamente vos desprezo.
Pois é. Nem assim acerto o compasso.

Acho melhor deixar a música seguir, e não interferir em seu ritmo.
Gráfico sonoro! Que imbecilidade.

Função de x, digo-lhe, que em função de x, nada sei.
Refrão, clímax desorganizado sem métrica.
Vida... pelo menos a que tenho.

5 comentários:

Pedro Nurmi disse...

Penso sobre isto também. O que há de malditos poetas e eescritores que amam falar sobre seu trabalho como algo absurdamente controlado, calculado, metrificado, previsto.... ou seja, limitado!

Se é para ser limitado, prefiro me limitar a ficar calado!

Monique disse...

Ainda não deu p/ ler todo esse texto .
correria .
mas enfim . Eu trabalho num escritorio, e faço faculdade de história a noite .
aos sabados do monitoria num curso de cinema . e aos domingos trabalho no jornal artenativo .
O u seja várias coisas ao meu redor ,

lendo o texto eu comento suavemente .
Onde há Vivaldi há amor .

Monique

Monique disse...

eu não quero gráficos para meus pensamentos .

Adorei o texto .
um dia podemos tentar escrever algo juntas .
e colocar no jornal artenativo .


que cidade vc é mesmo ?
beijo guria .

Clarice disse...

Muito bom dona moça!
Não acho que devemos nos prender à métrica, mas também não acho que podemos simplesmente jogar fora os anos de trabalho dos que escreveram guiados por ela...
Poucas coisas são tão bonitas como um poema de ritmo bonito, bem marcado... às vezes as palavras fazem bem mais sentido.
Mas enfim, cada um escreve como se sente mais à vontade. Portanto, continue assim!

Fabio Jardim disse...

não é dadísta por não ser reflexo do inconsciente. é consciente por vir do coração. sentido tem. e muito honesto.