terça-feira, 7 de agosto de 2007

Desastre interno-ambiental

Esse post na verdade é para justificar a ausência passada e uma futura.
A justificativa começa no ponto em que me declaro não-escritora.
Escrevo o que está na superfície dos meus pensamentos. Pesco as idéias superficiais; não me aventuro a submergir tão profundamente.

Acontece é que o mar está negro pra pescar no raso ou no fundo.
Além do mais, está agitado e demoníaco. Qualquer corda em vara que se apresente é partida. Qualquer inpiração que salte, é engolida por uma onda.

Meu mar interno anda às turras.
Fico com medo de meus peixes inspiracionais entrarem em extinção.

Peço desculpas, mas não aprendi ainda a lidar com esse desastre interno-ambiental. Minha vida anda exercendo um efeito estufa muito avassalador sobre este ambiente. Um fenômeno cujos efeitos são paulatinamente inversos: estou congelando internamente.
Uma vez os peixes, outra o próprio mar até eu virar puro gelo. E aí será o fim.

8 comentários:

Monique disse...

Como se atreve escrever que não és escritora criatura ??? Por acaso vc leu o que escreveu logo ali ?
Tudo bem que soa muitooooo Prozac persons mas é assim mesmo . Você acha que Baudelaire escreveu pq tinha váááárias inspiraçoes super bonitas .? Creio que não .

Meu voto é para mais posts seus sim senhora Maria escritora ;)

Adorei a leveza das tristes palavras que vc justifica com tanto êxito . És tola , muito tola , pois as palavras brotam da pena imaginária que tens nas mãos e vc as ignora .

Estou aqui para instigar-lhe . se depender de mim muitos posts virão .
To na cola . rs

Beijos querida !

Ah : Respostas la no Blog e dedicadas a você !

Ricardo Cardoso de Lima e Silva disse...

Interessante como você deu uma idéia de caos à falta de inspiração. É nos momentos mais caóticos e perturbados de minha mente que me atrevo a florear meus textos, tentando os embelezar a cada palavra. É nos momentos de paz em que a construção é mais lenta, mais sofrida, mais calculada, mas ainda nem sempre sem valor.

Ricardo Cardoso de Lima e Silva disse...

Ahh sim...
E até onde eu sei, esse mar só congelará quando você morrer, porque mesmo que inerte, ele vive.

Ricardo Cardoso de Lima e Silva disse...

AHH SIM!!! ahahahahha
Lembrei de mais uma coisa:
obrigado por ter apreciado o texto em inglês. Às vezes a inspiração me vem em francês também, mas não me atrevo a me gabar desses.
^^

Guilherme Cadaval disse...

Mariana,
Não fique esperando pela inspiração. Chame-a. Ordene que ela venha para junto de você. Escreva constantemente. Não importa o que. Seja um poema, um conto, uma lista de compras. Olhe pela janela e descreva o que está vendo. O que acontece na rua, ou no prédio ao lado. Olhe pelo teu quarto e escreva sobre as coisas que o ocupam. Sejam elas quais forem. Não importa se você achar que ficou ruim, pois o que vale aí é o exercício. E procure o significado máximo das palavras. Porque ela está ali no texto? Porque pensei nela? Eu, pessoalmente, me inspiro bastante com o dicionário. As palavras mais banais às vezes tem sentidos ocultos. Mas não pare de escrever. Quero ver muitos posts seus num futuro próximo.

Clarice disse...

Hum. Conheço essas tormentas. Passam, passam.

Pedro Nurmi disse...

Não.
Preciso te dizer uma coisa: eu também não sou escritor, poeta, porcaria nenhuma dessas coisas. Não pela definição padrão delas. E você também não é escritora. Justamente por não ser, é que o que você escreve é tão especial. Como se fosse uma Escritora tipo B, um que ainda não foi catalogado e imposto por meia dúzias de teóricos invejosos, que categorizam por não conseguirem ser aquilo que categorizam.

Será que algum teórico tem dúvida sobre se é um teórico ou um não-teórico?

Anônimo disse...

a pior coisa que pode acontecer com alguém que escreve é se preocupar com o que escreve. continue como sempre: escreva e [.]