Na verdade, quando falo mortos, falo dos tais pensamentos não escritos.
O tempo, o dia-a-dia, as relações interpessoais... ou seja, os inimigos da escrita andam perambulando minha vida.
Mesmo possuindo técnicas mortíferas - e por sua vez bem-sucedidas - andei um pouco afastada daqui, e talvez ainda andarei um pouco mais.
Mas pensa que só porque encontram-se prostrados em supulcros malajambrados eles estariam quietos?
Meus pensamentos removem montanhas.. E a montanha acerta minha cabeça de tal jeito que fico tonta, desoriento-me.
Não como uma psicografista, mas como o palco de uma briga entre fatores externos e internos.
Hoje, deleito-me com um pequeno zumbi, amanhã estarei às voltas com algum Everest se aproximando.
Alguém pode me dar aulas de alpinismo?
quarta-feira, 30 de maio de 2007
domingo, 20 de maio de 2007
Explosão sentimental, não dadaísmo
Vou deixando os meus dedos me guiarem.
Nessa composição nada mais importa que o inesperado, o não planejado.
Pra que planejar, tentar visualizar uma bola tranparente, ou ler semestes, ser escritor, ou calculista?
Conto com o que não sei de antecipado, e talvez por isso não seja escritora.
Escrevo o que me vem à cabeça, o que cosqueia minha garganta e impulsiona meus dedos.
Parvos escritores, ou mais belos calculistas - arquitetam a forma, metrimitizam o espaço, e contam sentimentos de forma matemática.
Eu, no meu dois mais dois igual a cinco, levo a vida no espanto, guardadas as devidas surpresas.
Aprendi a duras penas que colocar os batimentos do coração em gráficos só diminuem o espaço. Que eles sejam infinitos!
Parnasianos?
Decassilabadamente vos desprezo.
Pois é. Nem assim acerto o compasso.
Acho melhor deixar a música seguir, e não interferir em seu ritmo.
Gráfico sonoro! Que imbecilidade.
Função de x, digo-lhe, que em função de x, nada sei.
Refrão, clímax desorganizado sem métrica.
Vida... pelo menos a que tenho.
Nessa composição nada mais importa que o inesperado, o não planejado.
Pra que planejar, tentar visualizar uma bola tranparente, ou ler semestes, ser escritor, ou calculista?
Conto com o que não sei de antecipado, e talvez por isso não seja escritora.
Escrevo o que me vem à cabeça, o que cosqueia minha garganta e impulsiona meus dedos.
Parvos escritores, ou mais belos calculistas - arquitetam a forma, metrimitizam o espaço, e contam sentimentos de forma matemática.
Eu, no meu dois mais dois igual a cinco, levo a vida no espanto, guardadas as devidas surpresas.
Aprendi a duras penas que colocar os batimentos do coração em gráficos só diminuem o espaço. Que eles sejam infinitos!
Parnasianos?
Decassilabadamente vos desprezo.
Pois é. Nem assim acerto o compasso.
Acho melhor deixar a música seguir, e não interferir em seu ritmo.
Gráfico sonoro! Que imbecilidade.
Função de x, digo-lhe, que em função de x, nada sei.
Refrão, clímax desorganizado sem métrica.
Vida... pelo menos a que tenho.
terça-feira, 15 de maio de 2007
Homem, Cida
Cida, Cida
não queria morrer comida por gatos.
Corria, a Cida
atrás de homens, aos tatos.
Cida, obssesiva.
Beijava homens, beijava ratos.
Cida ficou agressiva
correndo atrás do homem exato.
"Será que tal homem existe?"
Perguntava a Cida.
"Como posso ser tão triste?"
E num meio de um gole ou outro de bebida,
Cida atraiu com alpiste.
Elaborou a isca, e o homem comeu.
Cida, Cida!
No desespero tamanho, ele morreu!
Cida, Cida, homem-Cida.
não queria morrer comida por gatos.
Corria, a Cida
atrás de homens, aos tatos.
Cida, obssesiva.
Beijava homens, beijava ratos.
Cida ficou agressiva
correndo atrás do homem exato.
"Será que tal homem existe?"
Perguntava a Cida.
"Como posso ser tão triste?"
E num meio de um gole ou outro de bebida,
Cida atraiu com alpiste.
Elaborou a isca, e o homem comeu.
Cida, Cida!
No desespero tamanho, ele morreu!
Cida, Cida, homem-Cida.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Desenterro
Pois bem. Uma auto-biografia.
Sei lá. Prefiro uma contextualização.
Voltei finalmente a escrever em um blog depois de mais de um ano.
Tratava-se de um momento negro. Sem luz, nem som.
A cabeça passava por momentos mais que sepulcrais - quando não, era irrompido o som de algum urubu dando rasante.
Sim, encontrava-me no cemitério da escrita. Local onde todos os pensamentos não-escritos, não postos em lógica, que não receberam nenhum tratamento aristotélico se encontram.
Minhas doces palavras se desconstruíam, e iam aos poucos se decompondo.
Tudo compunha um cenário coerente, e se limitava a explicações do tipo: "foi bem criativa, um dia."
Pobre construções.
Comecei a sentir pena delas no momento do purgatório.
Elas passaram a ser questionadas por uma série de inquisidores, desses que inspiram até Michel Foucault.
Elas foram ficando cada vez mais comedidas, e as letras, irrisórias.
Não podia deixar isso acontecer. Então, subitamente, o estalo.
Um estalo alto, um terremoto. Epitáfios se espatifaram, campas foram aos pedaços.
Interrompeu-se o processo inquisitorial, e eu pude salvar as palavras.
Confusas ou não, estavam salvas agora.
Só bastava passar por um processo de desembaraço.
Ou será melhor não?
Elas estavam tão acostumadas a esse cenário mórbido, que preferi não exorcizá-las.
"Deixe-as assim", uma voz gritou dentro de mim.
Experiências deste tipo servem de lição - principalmente se forem seguidas de ressuscitação.
Que bom que elas estão vivas; com chagas ou não.
Sei lá. Prefiro uma contextualização.
Voltei finalmente a escrever em um blog depois de mais de um ano.
Tratava-se de um momento negro. Sem luz, nem som.
A cabeça passava por momentos mais que sepulcrais - quando não, era irrompido o som de algum urubu dando rasante.
Sim, encontrava-me no cemitério da escrita. Local onde todos os pensamentos não-escritos, não postos em lógica, que não receberam nenhum tratamento aristotélico se encontram.
Minhas doces palavras se desconstruíam, e iam aos poucos se decompondo.
Tudo compunha um cenário coerente, e se limitava a explicações do tipo: "foi bem criativa, um dia."
Pobre construções.
Comecei a sentir pena delas no momento do purgatório.
Elas passaram a ser questionadas por uma série de inquisidores, desses que inspiram até Michel Foucault.
Elas foram ficando cada vez mais comedidas, e as letras, irrisórias.
Não podia deixar isso acontecer. Então, subitamente, o estalo.
Um estalo alto, um terremoto. Epitáfios se espatifaram, campas foram aos pedaços.
Interrompeu-se o processo inquisitorial, e eu pude salvar as palavras.
Confusas ou não, estavam salvas agora.
Só bastava passar por um processo de desembaraço.
Ou será melhor não?
Elas estavam tão acostumadas a esse cenário mórbido, que preferi não exorcizá-las.
"Deixe-as assim", uma voz gritou dentro de mim.
Experiências deste tipo servem de lição - principalmente se forem seguidas de ressuscitação.
Que bom que elas estão vivas; com chagas ou não.
sábado, 5 de maio de 2007
Determinismo
Deito no tapete da sala. Não satisfeita, rolo nele.
Cheiro de chocolate quente ao fundo.
Gostaria de ter uma lareira com a foto da família em cima só para completar o clichê.
E um bom livro mutante com várias orelhas indicativas.
Minha vinha poderia se resumir a isso. Aliás, todas as vidas deveriam seguiriam essa simplicidade.
Mas pelo fato de o tapete por muitas vezes causar alergia, o chocolate queimar a boca, e o clima tropical destruir o calor emanado do fogo, tal simplicidade não existe.
Tapete... Se for de um animal vivo, ou proveniente de algum país árabe, está de bom tamanho. Se Greenpeace, ou States baterem em minha porta, guardo dinheiro em lingeries.
Chocolate... Ai, ai.. A velha e boa Suíça. Bancos preciosos. Seres discretos. Amo aquele povo!
Lareira... E graças a ela lembro dos lugares que viajei, palácios que conheci, céus que já observei. Suas estrelas queria tê-las. Tentei comprar, mas meu céu da boca não conseguiu comportá-las.
Livro... Livro? E eu lá preciso disso? Pago alguém para escrever minha biografia.
É.. determinei-me pelo Determinismo.
Cheiro de chocolate quente ao fundo.
Gostaria de ter uma lareira com a foto da família em cima só para completar o clichê.
E um bom livro mutante com várias orelhas indicativas.
Minha vinha poderia se resumir a isso. Aliás, todas as vidas deveriam seguiriam essa simplicidade.
Mas pelo fato de o tapete por muitas vezes causar alergia, o chocolate queimar a boca, e o clima tropical destruir o calor emanado do fogo, tal simplicidade não existe.
Tapete... Se for de um animal vivo, ou proveniente de algum país árabe, está de bom tamanho. Se Greenpeace, ou States baterem em minha porta, guardo dinheiro em lingeries.
Chocolate... Ai, ai.. A velha e boa Suíça. Bancos preciosos. Seres discretos. Amo aquele povo!
Lareira... E graças a ela lembro dos lugares que viajei, palácios que conheci, céus que já observei. Suas estrelas queria tê-las. Tentei comprar, mas meu céu da boca não conseguiu comportá-las.
Livro... Livro? E eu lá preciso disso? Pago alguém para escrever minha biografia.
É.. determinei-me pelo Determinismo.
terça-feira, 1 de maio de 2007
Pé da Letra
"- Freud uma vez teorizou que todo homem sente o desejo subconsciente de dormir com sua mãe.
- Isso é muito nojento! A mãe dele deve ter mais de 100 anos!"
O pé da letra.
Pra que nos basearmos no pé, se existem raízes?
E quando essas raízes são pivotantes?
Raiz, pé.. Tudo teoricamente teria de ficar no chão. Mas qual referencial se tem para esse chão?
Não acho que ao falarmos de chão estaremos falando de algo seguro e sem contestação.
Referenciais mudam; e o mundo não é só estática.
Sou adepta à teoria "de cima do muro", do meio termo, do caule, ou do tronco inteiro.
Seria muito mais fácil precisar quando se trata do mediano, e não do extremado.
Pra que andar em pé, quando se têm movimentos peristálticos?
Ainda há os que falam em cabeça.
Na cabeça da letra? Estamos falando de que? Copa?
Sim, sim.. Para a mediocridade que damos esse conceito.
E ainda para os que buscam resultados sem saber de uma possível xilema.
Ah, vocês sabem de uma coisa?
Mandarei todos os vocábulos se armarem de asas e sairem voando dessa complicação terrestre.
- Isso é muito nojento! A mãe dele deve ter mais de 100 anos!"
O pé da letra.
Pra que nos basearmos no pé, se existem raízes?
E quando essas raízes são pivotantes?
Raiz, pé.. Tudo teoricamente teria de ficar no chão. Mas qual referencial se tem para esse chão?
Não acho que ao falarmos de chão estaremos falando de algo seguro e sem contestação.
Referenciais mudam; e o mundo não é só estática.
Sou adepta à teoria "de cima do muro", do meio termo, do caule, ou do tronco inteiro.
Seria muito mais fácil precisar quando se trata do mediano, e não do extremado.
Pra que andar em pé, quando se têm movimentos peristálticos?
Ainda há os que falam em cabeça.
Na cabeça da letra? Estamos falando de que? Copa?
Sim, sim.. Para a mediocridade que damos esse conceito.
E ainda para os que buscam resultados sem saber de uma possível xilema.
Ah, vocês sabem de uma coisa?
Mandarei todos os vocábulos se armarem de asas e sairem voando dessa complicação terrestre.
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